Cais dos Pescadores do Montijo inaugurado: Investimento superior a 600 mil euros

O novo Cais dos Pescadores do Montijo vai permitir apoiar e desenvolver a actividade piscatória na cidade. Um investimento superior a 600 mil euros da SCUPA que contou com apoios comunitários e da autarquia montijense.

Florindo Cardoso

O presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, e o presidente da SCUPA (Sociedade Cooperativa União Piscatória Aldegalense), José Maria dos Santos, inauguraram no passado dia 23 de Janeiro o novo Cais dos Pescadores. A cerimónia contou com a presença de várias dezenas de pessoas, entre as quais a secretária de Estado para a Cidadania e da Igualdade, Catarina Marcelino, e da directora da Direcção Regional de Lisboa de Agricultura e Pescas, de Lisboa e Vale do Tejo, Elizete Jardim.

O novo equipamento, que representa um investimento superior a 600 mil euros da SCUPA, contou com o financiamento de quase 495 mil euros do PROMAR (Programa Operacional Pesca 2013/2017) e um apoio de cerca de 114 mil euros, por parte da Câmara Municipal do Montijo, atribuído através de um protocolo celebrado com a União Piscatória.

Na cerimónia de inauguração, Nuno Canta disse que “Montijo orgulha-se de inaugurar um novo cais, que recebe o seu sentido histórico e o projecta no futuro”. “Quero manifestar o mais profundo reconhecimento à direcção da SCUPA que muito contribuiu para a realização de um sonho dos pescadores”, sublinhou o edil, deixando “uma palavra de gratidão para a proprietária da Passalva, Lurdes Leite, que gentilmente cooperou com o património singular do Moinho de Maré do Meio e que muito valoriza, culturalmente, este espaço de abrigo para os pescadores”.

“Com este Cais dos Pescadores inicia-se um novo ciclo de prosperidade para a cidade”, disse Nuno Canta, considerando que “representa uma oportunidade de desenvolvimento, de aumentar de forma sustentável as pescas, de progresso da classe piscatória montijense”.

Para Nuno Canta, “é uma infraestrutura que terá um papel fundamental à actividade piscatória presente e futura”.

Por sua vez, José Maria dos Santos sublinhou que o cais era “uma aspiração dos pescadores desta terra”, agradecendo os apoios das várias entidades e aos políticos que ao longo de três anos acompanharam o processo de construção desta infraestrutura. “Tiveram perante a SCUPA sempre um tratamento exemplar e disponibilidade total para que o cais esteja hoje feito”, afirmou o responsável.

O Cais dos Pescadores do Montijo destina-se a todos os profissionais locais que exerçam na pesca a sua actividade principal de subsistência, existindo neste momento 16. Esta infraestrutura está dimensionada para a acostagem de 12 a 16 embarcações em simultâneo, incluindo uma rampa de varadouro para retirar e colocar as embarcações na água e, simultaneamente, efectuar a manutenção/reparações das embarcações. Tem ainda apoios individuais para guardar os aprestos de pesca assim como instalações sanitárias.

De referir que foi ainda descerrada uma placa junto à ruína do Moinho de Maré do Meio que foi parte integrante do Morgadio de Santo António dos Pimentéis de Aldeia Galega, propriedade da família Leite. O Moinho do Meio, datado de 1666, foi utilizado nos séculos XVIII e XIX como ponto de desembarque dos pescadores da localidade e situa-se na fronteira com a Quinta do Saldanha e a Quinta do Páteo d’Água. Aliás, encontra-se no meio do Moinho de Maré do Cais das Faluas, já recuperado e pertença da autarquia onde instalou um núcleo museológico, e o Moinho de Maré Velho.

Nuno Canta pretende continuar a valorização da zona ribeirinha e nesse sentido, no caderno de encargos entregue à ANA – Aeroportos de Portugal, foi apresentada como contrapartida da instalação do aeroporto low-cost na Base Aérea do Montijo, a construção de um passadiço em madeira, para uso pedonal e de bicicleta, ao longo da margem do rio, que ligará o centro da cidade ao Terminal Fluvial do Cais do Seixalinho, com uma ligação ao Saldanha.