Complexo fabril do Outão: Secil gera 1.689 empregos no país

 O complexo fabril da Secil no Outão gera 1.689 postos de trabalho no país, de forma directa e indirecta, e contribui com 44 milhões de euros por ano para o PIB (Produto Interno Bruto) da região de Setúbal e 120 milhões no país. Por cada euro gasto pela fábrica do Outão na península de Setúbal são gerados cerca de 2,7 euros na economia da região. A unidade fabril alocou 65% (37,4 milhões) da sua despesa em compras a fornecedores nacionais, sendo que 44% (16,3 milhões) desse valor é referente a fornecedores da península de Setúbal.

Florindo Cardoso

A actividade do complexo fabril da Secil no Outão, que produz cimento e clínquer, contribuiu, em 2015, com um total de 120 milhões de euros anuais para o PIB nacional, o  que representa 0,1%. A geração de riqueza (PIB) na península de Setúbal atinge o valor de cerca de 44 milhões evidenciando-se o seu peso nos municípios de Setúbal (47%), Montijo (23%) e Barreiro (17%).

Segundo um estudo apresentado pela consultora KPMG, a fábrica do Outão, do grupo cimenteiro detido por Pedro Queiroz Pereira, emprega directamente 169 trabalhadores mas tem um impacto a nível nacional de 1.689 postos de trabalho. Desta forma,  por cada colaborador do complexo são gerados 10 empregos em Portugal.

O estudo, que teve como principal objectivo apurar os impactos socioeconómico e ambientais do complexo fabril do Outão na península de Setúbal e a nível nacional em 2015, demonstra o contributo decisivo da unidade fabril para o dinamismo económico e social da região envolvente. De facto, por cada euro gasto pela Secil do Outão são gerados cerca de 2,7 euros na economia da região.

O estudo revela ainda que o impacto directo na geração de emprego é de 169 colaboradores (trabalhadores do complexo fabril do Outão), dos quais 140 residem na região e cujo salário médio é 115% superior à média nacional e 65% superior à média da região na indústria transformadora. Em relação ao impacto indirecto no emprego, este ascende a 503 postos de trabalho na península de Setúbal, sendo Setúbal (54%), Barreiro (18%) e Montijo (14%) os municípios com maior peso. Refira-se que mais de 70% do emprego indirecto gerado pelo complexo do Outão está concentrado em cinco sectores de actividade, que fazem na sua maioria parte do processo produtivo, destacando-se o impacto dos serviços de reparação e instalação de máquinas e equipamentos (29%), nos combustíveis (14%) e no transporte terrestre (14%).

Respeitante ao efeito multiplicador na geração de emprego, o complexo fabril do Outão alocou 65% (37,4 milhões) da sua despesa em compras a fornecedores nacionais, sendo que 44% (16,3 milhões) desse valor é referente a fornecedores da península de Setúbal, o que demonstra que o seu contributo é decisivo no dinamismo gerado nos sectores a montante da sua cadeia de valor.

Recorde-se que, a produção do complexo fabril do Outão resultou, em 2015, na venda de 1,2 milhões de toneladas de cimento e 600 mil toneladas de clínquer, correspondente a 95,4 milhões de euros. Deste valor 68% traduziu-se em exportações (44% de cimento e 24% de clínquer), todas concretizadas através do porto do Setúbal, tendo representado 31% do total de exportações em volume realizadas por este porto.

A consultora destaca ainda o montante de 9,7 milhões de euros investidos em inovação e desenvolvimento (I&D) pelo grupo cimenteiro, em várias áreas, tendo participado em 20 projectos.

Na área ambiental, foram investidos 2,2 milhões de euros, com realce para a redução das emissões de CO2 em 2% e de 59% de outros poluentes, entre 2009 e 2015. Foram plantadas 600 mil plantas e recuperadas 41,32 hectares de pedreiras na Arrábida.

A empresa tem ainda uma política de responsabilidade social que passa pelo apoio ao movimento associativo de Setúbal, aos agrupamentos escolares, ao centro hospitalar e a cedência do hangar para estacionamento de viatura, gratuito, na época balnear.

CEO do Grupo SECIL, Gonçalo Salazar Leite, salienta que “por força da inovação garantimos a sustentabilidade desta empresa e do seu contributo para a região e o país”. “É essa a nossa missão”, concluiu.

De referir que a KPMG está a elaborar o estudo global sobre o grupo que será apresentado em Janeiro de 2017.

 

 

Grupo com dimensão internacional

Oito fábricas em quatro continentes

A Secil foi constituída em 1930, mas o seu percurso está ligado à própria história da indústria cimenteira de Portugal, que tem origem na instalação do primeiro forno para produção de cimento no Vale da Rasca, no Outão, junto à foz do Rio Sado, perto da cidade de Setúbal, no início do século passado.

Numa trajectória de crescimento sucessivo, consolidada a partir da sua aquisição pela Semapa, em 1994, a Secil tornou-se uma referência na indústria de cimento de Portugal, cujo mercado abastece em mais de um terço. No ano 2000 deu início ao seu processo de internacionalização: hoje, além de três fábricas em Portugal, a Secil está presente também na Tunísia, Angola, Líbano, Cabo Verde e Brasil, num total de oito fábricas em quatro continentes.

Embora o núcleo central da sua actividade seja a produção de cimento, a Secil integra um conjunto de cerca de 40 empresas que operam em áreas complementares, como a produção de betão, pré-fabricados, argamassas e revestimentos.