Marques Mendes apresentou desafios do país para 2017: Convidado pelo Rotary Clube de Palmela

O político e comentador da SIC, Luís Marques Mendes, a convite do Rotary Clube de Palmela, apresentou cinco desafios que o país enfrenta para este ano. Este evento teve também um cariz social ao apoiar instituições do concelho.

Florindo Cardoso

 

Luís Marques Mendes, ex-ministro e comentador da SIC, foi o convidado especial de uma palestra promovida pelo Rotary Clube de Palmela, no passado mês, no restaurante Dona Isilda, na Quinta do Anjo, que reuniu cerca de 60 rotários de Palmela, Setúbal, Moita, Sines, Almada, Sesimbra, Lisboa-Belém, Lisboa-Benfica e Lisboa-Estrela.

O convidado elogiou o movimento rotário pelo “ambiente de grande companheirismo, simpatia, boa disposição e com a preocupação de serem úteis à comunidade”, sublinhando que é “com muito gosto que estou aqui para partilhar convosco algumas ideias que quero expor, não na perspectiva de ensinar nada, muito menos dar lições seja a quem for, mas reflectir em conjunto”.

Luís Marques Mendes abordou cinco desafios colocados a Portugal para este ano. “Tivemos uma boa notícia de que o défice não ultrapassará os 2,3% do PIB (Produto Interno Bruto), porque menos défice é menos dívida e carga fiscal”, começou por dizer o comentador, adiantando que isso é apenas “a árvore dentro da floresta” porque “temos falta de crescimento da economia e somos uma excepção por essa Europa fora”.

Para “pôr a economia a crescer para termos sucesso” são precisos cinco desafios, sendo o primeiro a estabilidade política. “Não podemos entrar em crises de forma continuada e permanente”, disse, adiantando que “não é uma questão de gostar ou não do governo mas do país, e este é mais importante, que os partidos políticos”.

O segundo desafio é capitalizar as empresas, “uma questão que pouco se fala porque uma grande parte dos nossos políticos são ignorantes, e muitos deles são mesmo, ou têm as prioridades completamente invertidas, ou são tacticistas”. “Os números do Banco de Portugal revelam que um terço das nossas empresas, no essencial as pequenas e médias, têm EBIT negativo (resultados antes de juros, impostos, depreciações e amortizações), metade apresentam permanentemente resultados líquidos negativos, cerca de 30 % têm capitais próprios negativos, ou seja sem capacidade para investir em novos projectos e por isso não há investimento em Portugal”, alertou, defendendo um banco de fomento para capitalizar as empresas.

O terceiro desafio é a qualificação das pessoas com “a aposta na economia do conhecimento”, defendendo um ensino com uma componente lectiva e outra profissional, com o jovem a estar parte do tempo na escola e outra numa empresa, criando condições de inovação como aconteceu na indústria do calçado.

O quarto desafio é a competitividade e estabilidade fiscal. “É um desafio essencial para que o país possa crescer e ter investimento nacional e estrangeiro”, disse o comentador da SIC. “Não somos minimamente competitivos em termos fiscais porque temos impostos altíssimos sobre as empresas”, alertou, adiantando que “precisamos de um choque fiscal”, criticando a instabilidade fiscal, dando e exemplo do “Imposto Mortágua” sobre o imobiliário.

O quinto desafio deixado por Marques Mendes é a internacionalização da economia e das empresas. “Portugal é um país pequeno e temos de virar a nossa economia, o mais possível, para o exterior”, defendendo que as exportações devem representar 50 por cento do PIB.

Por sua vez Jaime Filipe Puna, presidente do Rotary Clube de Palmela, agradeceu a presença do convidado por proferir “uma palestra muito interessante”, oferecendo-lhe um livro “End Polio Now”, de uma rotária Demet Duarte, actualmente presidente do Rotary Club de Lisboa-Olivais, sobre a poliomielite infantil, uma das causas deste movimento.

Esta iniciativa insere-se num conjunto de reuniões com palestrante, que têm sido levadas a cabo pelo Rotary Clube de Palmela, em conjunto com outros clubes rotários do distrito de Setúbal, cujas receitas serão posteriormente revertidas para apoiar instituições de solidariedade social do concelho de Palmela.

A próxima reunião festiva terá lugar este mês, onde irá decorrer a tradicional homenagem ao Profissional do Ano, que será atribuído a uma instituição local na área da administração interna e da segurança.