Um dia histórico para o Montijo

Hoje, dia 15 de fevereiro de 2017, é um dia histórico para o Montijo.

Alcançamos colectivamente, Governo e Autarquia, a decisão de localizar no Montijo, o futuro aeroporto civil a sul do Tejo.

Maiores são as razões de contentamento ao sabermos que será certamente uma infraestrutura ao serviço do interesse comum, um empreendimento de grande impacto para o concelho, para a região e para o País.

Herdeiro de uma tradição de transportes, Montijo foi a outrora Aldeia Galega do Ribatejo da Mala Posta do Sul, a terra das nove melhores estalagens de todo o reino, a povoação de ligação entre Lisboa e Madrid.

Foi esta história que nos permitiu chegar aqui.

Uma história de cinco séculos. Até hoje adormecida no seu desígnio fundamental, os transportes, que com esta decisão é despertada e nos projecta no futuro.

Era tempo de o fazer. Sinto, ao curvar-me em respeito perante a luta de gerações de montijenses, uma comoção profunda de quem, neste tempo, partilha raízes comuns ao serviço da sua terra.

O novo aeroporto civil no Montijo, pela sua localização e pelo seu programa, constituirá, a partir de agora, um instrumento de afirmação do Montijo.

A dimensão deste projecto mede-se em primeiro lugar pela sua repercussão.

É um projecto com implicações profundas sobre o território e sobre o desenvolvimento.

Os efeitos que produzirá nas comunicações, quer nacionais quer internacionais, ultrapassa muito o Montijo. Aproxima-nos ainda mais de Lisboa e sobretudo do Mundo.

No poder local, um dos piores erros é a incapacidade para identificar as prioridades de investimento para o nosso futuro coletivo.

O novo aeroporto civil no Montijo representa uma oportunidade excepcional de desenvolvimento sustentável, de aumentar a qualidade de vida, de reforçar a identidade, e não apenas uma possibilidade de crescimento económico.

Vamos criar uma visão, em conjunto com as forças vivas, para assegurar o desenvolvimento sustentável do concelho do Montijo.

Reduzir as desigualdades, assegurar a coesão, atenuar as assimetrias, exigem uma luta constante. A construção da unidade do território é um trabalho permanente e uma responsabilidade de cada geração.

Este novo aeroporto do Montijo, é bem o símbolo de um tempo novo, alicerçado no mais importante legado da nossa terra – os transportes.

É perante este símbolo de um tempo novo que será o futuro aeroporto civil a sul do Tejo, que afirmamos que o mesmo será responsável por permitir ao Montijo continuar a ser, na história dos próximos 50 anos, uma terra de desenvolvimento, de progresso, de liberdade e de bem-estar.

A cultura de um povo é cada vez mais a criação de novas formas de saber, de sentir e de imaginar o futuro. E esta decisão é um caminho vivo e aberto a esse propósito.

A nossa responsabilidade maior, aquela pela qual seremos julgados, é para com o futuro do Montijo.

É por isso que hoje sinto orgulho em amar e servir a Gente da minha terra.

Nuno Canta, presidente da Câmara Municipal do Montijo


Governo aponta 2021 como data de inauguração

Aeroporto no Montijo cria 20 mil postos de trabalho

O presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, considera “um dia histórico para o Montijo” a assinatura do memorando de entendimento entre o Governo e a ANA – Aeroportos de Portugal para a implementação de um novo aeroporto na Base Aérea n.º 6 (BA6), celebrado no passado dia 15 de Fevereiro, no Aeroporto Humberto Delgado.

Nuno Canta, que esteve presente na cerimónia, recorda o legado do Montijo enquanto terra de transportes (foi em tempos a terra da Mala Posta, ligando Lisboa a Madrid), frisando que “o novo aeroporto, pela sua localização e pelo seu programa, constituirá, a partir de agora, um instrumento de afirmação do Montijo”. “A dimensão deste projecto mede-se em primeiro lugar pela sua repercussão”, afirma o edil, adiantando que é “um projecto com consequências profundas sobre o território e sobre o desenvolvimento”.

O autarca realçou, ainda, que “o novo aeroporto civil do Montijo representa uma oportunidade excepcional de desenvolvimento sustentável, de aumentar a qualidade de vida, de reforçar a identidade e não, apenas, uma possibilidade de crescimento económico”, conclui Nuno Canta.

O memorando estabelece que até Novembro de 2017 estão elaborados os estudos ambientais, seguindo-se na primeira metade de 2018, a avaliação ambiental e a negociação contratual com a ANA. Durante o ano de 2018, serão desenvolvidos os projectos de detalhe, para que, caso o governo aprove a proposta final do concessionário, a construção do aeroporto no Montijo possa iniciar-se em 2019 e terminar em 2021.

Pedro Marques, ministro do Planeamento e das Infraestruturas, salientou que o novo aeroporto permitirá “a duplicação da capacidade actual de transporte aéreo na região de Lisboa, que passará a movimentar 72 aviões por hora, e podendo transportar 50 milhões de passageiros por ano. “Em 2016, atingiu-se os 22 milhões de passageiros, seis ou sete anos antes do previsto e após um período de forte crescimento, sendo que o primeiro mês de Janeiro evidencia um crescimento homólogo acima dos 20%”, disse.

O ministro revelou que o novo aeroporto no Montijo poderá “gerar a longo prazo cerca de 20 mil novos postos de trabalho, directos e indirectos, apenas no sector aeroportuário, além das dezenas de milhares de empregos que resultarão do crescimento da actividade económica e do Turismo em particular”.

Para o primeiro-ministro, António Costa, “já estudámos o que tínhamos a estudar, importa agora decidir o que temos de decidir”.

A utilização de parte da BA6 para voos comerciais vai obrigar ao alargamento e do reforço das fundações da sua pista secundária, construída nas salinas do Samouco. Entre outras coisas, será também preciso colocar um terminal pré-fabricado semelhante ao Terminal 2 do aeroporto Humberto Delgado. No total, as obras não deverão ultrapassar os 250 milhões de euros. A esse valor acrescerão os 15 milhões de euros que a Câmara do Montijo estima serem necessários para garantir os acessos rodoviários.

O gabinete do ministro do Planeamento e das Infraestruturas garante que a nova pista do Aeroporto de Lisboa será “especialmente vocacionado para a operação das designadas companhias low cost e para serviços de médio curso” mas estará em condições de receber “aviões de maior porte”, no caso de ser necessário transferir voos temporariamente da pista principal do Aeroporto Humberto Delgado.

De referir que a Associação de Municípios de Setúbal, liderada por autarcas do PCP, manifesta-se contra esta opção, defendendo a construção do novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete.