Investimentos de milhões na região de Setúbal

Nos próximos anos vão ser investidos centenas de milhões de euros em infraestruturas que poderão criar milhares de postos de trabalho no distrito de Setúbal, contribuindo para um desenvolvimento sustentável da região.

Um novo aeroporto na Base Aérea n.º 6 do Montijo, que poderá entrar em funcionamento em 2021, destinado sobretudo a companhias low-cost, criará mais desenvolvimento económico e turismo e emprego nos concelhos do Montijo e Alcochete bem como nos concelhos vizinhos, só comparável com a construção da Ponte Vasco da Gama na década de 90.

Pelas ‘low-cost’, a easyJet considerou que a solução apresentada irá “beneficiar todos os operadores, pois permitirá que o tráfego continue a crescer”, enquanto a Ryanair afirmou “apoiar o desenvolvimento do aeroporto do Montijo como aeroporto independente, secundário e ‘low cost’ (baixo custo) para Lisboa, de modo a concorrer com a Portela”.

De acordo com o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, esta solução poderá criar cerca de 20 mil novos postos de trabalho apenas no sector aeroportuário.

Também no porto de Setúbal estão previstos milhões de investimento na próxima década. A ministra do Mar, Ana Paula Vitorino prevê um crescimento de 60% do porto de Setúbal, para onde estão previstos investimentos na melhoria das acessibilidades marítimas e ferroviárias, no valor de 25,2 milhões de euros.

Estão previstas dragagens para melhoria das acessibilidades marítimas no estuário do Sado, para possibilitar a entrada no porto de Setúbal de navios de 3000 a 4000 TEU, que deverão arrancar até ao final deste ano. Além das dragagens para aprofundar o canal de entrada e a bacia de rotação do porto de Setúbal, até uma quota de menos 15 metros, está também prevista a melhoria dos acessos ferroviários à zona central do porto de Setúbal, que permitirá aumentar a recepção/expedição dos actuais 9 comboios por dia, em cada sentido, para um total de 15 comboios/dia.

A ministra assegurou também que, a par destes investimentos e de outros que estão igualmente previstos tendo em vista a melhoria da competitividade do porto de Setúbal, também existe sintonia entre o governo, a Administração do Porto de Setúbal e Sesimbra (APSS) e a Câmara Municipal de Setúbal, para a construção de uma nova marina. “Quer a câmara municipal, quer a APSS, quer o governo, estão de acordo e querem muito promover a construção de uma nova marina”, afirmou a governante, ressalvando que será necessário fazer um concurso público no caso de haver mais do que um interessado na construção daquela infraestrutura.

Também no porto de Sines estão previstos investimentos avultados até 2026. De acordo com a ministra, além da renegociação com a PSA para o aumento de capacidade do Terminal XXI “de 2,1 para 3,1 milhões de TEU”, sendo que as obras terão de estar concluídas até 2020, está igualmente prevista a construção do novo Terminal Vasco da Gama, um investimento de 400 milhões de euros.

O concurso público para o Terminal Vasco da Gama, que vai permitir, na primeira fase, a duplicação da capacidade de movimentação de contentores no porto de Sines, estava inicialmente previsto para 2018, mas a ministra do Mar considera que é necessário andar mais depressa, face ao crescimento registado dos últimos anos.

Ana Paula Vitorino acredita que o porto de Sines é a principal porta atlântica da Europa e reúne as condições necessárias para ser um dos maiores portos europeus. “Aquilo que foi um crescimento que passou de 25 mil TEU em 2005 para mais de 1,5 milhão de TEU em 2016, quer dizer que podemos ambicionar, na próxima década, ter um crescimento – segundo a meta que eu fixei – de 283%. Com isso podemos ter uma posição mais destacada do porto de Sines”, justificou.

A ministra sublinhou também a possibilidade de o porto de Sines vir a ser uma central de recepção e expedição de GNL (Gás Natural Liquefeito), reduzindo a dependência da União Europeia da Rússia, no que respeita ao fornecimento deste tipo de combustível.