A realização do 23.º Festival do Queijo, Pão e Vinho, este fim-de-semana, em São Gonçalo, na freguesia da Quinta do Anjo, concelho de Palmela, é uma montra dos produtos regionais e o espelho do sucesso dos produtores e adegas da região que são cada vez mais reconhecidos a nível nacional e internacional.
O famoso Queijo de Azeitão, o pão feito nos fornos ainda à moda antiga e os vinhos são exemplo daquilo que se pode fazer pelo desenvolvimento económico e o incremento do turismo.
O concelho de Palmela fechou o ano turístico de 2016 com números relevantes que confirmam o crescimento da procura turística, junto dos mercado internos e internacional.
Os dados relativos a 2016, recolhidos pela Entidade Regional de Turismo de Lisboa (de acordo com uma amostra de 90% da oferta turística do concelho, que não inclui alojamento local), dão nota de um crescimento na ordem dos 38%, relativamente aos números de 2015. Palmela recebeu um total de 73.113 dormidas (52.843 em 2015), das quais 42.301 correspondem a turistas estrangeiras/os, representando um aumento de 34%, e 30.812 a turistas nacionais, que crescem 45%.
O mercado espanhol foi o que mais aumentou, com uma variação de 125% face a 2015, sendo, também, de sublinhar o interesse manifestado pelas/os turistas franceses (+ 57%) e da Alemanha (+ 34%). Espanha, França, Reino Unido, Alemanha e Holanda compõem o Top 5 das nacionalidades que mais procuraram o concelho para as suas viagens em 2016.
É de salientar que o crescimento da procura turística em Palmela manifestou-se nos doze meses do ano, de forma sólida e sustentada. Na região de Lisboa, o crescimento turístico em 2016 foi de 7,2% e em Portugal foi de 9,6%.
A campanha Palmela Conquista continua em acção, favorecendo a articulação e divulgação de uma oferta integrada, que combina os produtos locais de qualidade – os vinhos, o Queijo de Azeitão DOP, a fruta, o mel, a doçaria, a gastronomia – o património cultural de um território com vestígios de ocupação humana desde a pré-história, e a beleza natural de uma região que partilha a Arrábida (candidata a Reserva da Biosfera da Unesco) e o rio Sado. O enoturismo, o turismo cultural, desportivo e de natureza continuam, assim, a desenvolver-se, em expressão e qualidade da oferta. Acresce um calendário de eventos recheado, onde destacamos, para o ano em curso, a realização do Festival Queijo, Pão e Vinho, da Mostra de Vinhos de Fernando Pó, do Mercado Caramelo, das Festas Populares de Pinhal Novo, do Festival Internacional de Gigantes, do Palmela Wine Jazz, da Festa das Vindimas, do Ritual Almenara e da Feira Medieval.
Também o sector do vinho da península de Setúbal é um caso de sucesso que deve ser elogiado e incrementado pelas entidades competentes e pelo público em geral. Hoje, para o viajante é possível ver e provar os vinhos de Setúbal em vários restaurantes e lojas especializadas pelos quatro cantos do planeta.
Nos concursos de renome internacional, as principais adegas da região têm ganho imensos prémios. Casa Ermelinda Freitas, Adega Cooperativa de Pegões, Sivipa, José Maria da Fonseca ou Adega de Palmela, entre outras, têm trazido para o nosso país muitas medalhas de ouro. Actualmente, os concursos de vinhos internacionais acabam sempre por distinguir os de Setúbal e isso é uma honra.
Os vinhos de Setúbal são um excelente embaixador de Portugal no mundo. A exemplo do que aconteceu com os descobrimentos, onde os portugueses foram em busca do desconhecido conquistando terras novas e relacionando-se com os povos indígenas, com a devida diferença, os nossos vinhos desbravam mercados novos, dão a provar os nossos néctares e ganham corações.
