Festas de Nossa Senhora de Tróia: Círio fluvial atrai milhares às margens do Sado

Um mar de gente esperou ao final da tarde de segunda-feira, 14 de Agosto, o círio fluvial em honra de Nossa Senhora do Rosário de Tróia, padroeira dos pescadores de Setúbal, à beira-rio Sado, desde Albarquel ao jardim da beira-mar.
O barco “Filipe e Pedro” foi escolhido para transportar a imagem de Nossa Senhora do Rosário de Tróia, onde seguiu uma comitiva de convidados, entre os quais os padres que realizaram as cerimónias religiosas na Caldeira de Tróia, a presidente da Câmara Municipal de Setúbal e os presidentes de juntas de freguesia de Setúbal e São Sebastião, entre outros convidados.
O círio fluvial foi acompanhado por cerca de duas centenas de pequenas e grandes embarcações entre a Caldeira de Tróia, efectuou uma passagem pelo Hospital do Outão, onde foram abençoados os doentes presentes na varanda, seguindo depois junto à zona ribeirinha, com milhares de pessoas a acenar com um lenço branco a Nossa Senhora. Uma emoção, que fez muita gente chorar, principalmente os mais devotos.

As festas anuais que ligam as duas margens do Sado, organizadas por uma comissão própria, com diversos apoios, incluindo os da Câmara Municipal de Setúbal, Junta de freguesia de São Sebastião e União de Freguesias de Setúbal, foram antecedidas de um tríduo em honra de Nossa Senhora do Rosário de Troia, nos dias 9, 10 e 11 de Agosto, às 21h30, na Igreja de São Sebastião, em Setúbal. A festa na Caldeira foi entre os dias 12 e 14 de Agosto, com actividades religiosas e animação. A procissão saiu, no dia 12, da igreja de S. Sebastião, Setúbal, para transporte fluvial da imagem da Senhora do Rosário para a capela na península de Tróia, com acompanhamento da banda da Sociedade Musical Capricho Setubalense e da Banda Musical Charanga de Sarilhos Grandes. Seguiu-se uma procissão de velas pela praia já na Caldeira. No dia 13, celebrou-se uma missa, seguida de nova procissão pelo areal, acompanhada pela Banda Musical Charanga de Sarilhos Grandes. No dia 14 de Agosto, o encerramento das festividades começou com uma missa por alma dos marítimos falecidos e seus familiares, e o tradicional retorno de Tróia a Setúbal, em procissão fluvial com cerca de duas centenas de embarcações, umas engalanadas e outras de pescadores e famílias, e de muita gente que se quis associar à festa.

 

O jornal “Setúbal Mais” foi convidado numa comitiva que seguiu na “Maravilha do Sado”, uma embarcação típica de 1954, recuperada pela Câmara Municipal de Setúbal, com o objectivo de ser utilizadas para actividades educativas e pedagógicas.
Carla Guerreiro, vereadora das Actividades económicas da Câmara Municipal de Setúbal, disse ao “Setúbal Mais” que a participação desta embarcação nestas festas “é uma maneira de darmos outra função à ‘Maravilha do Sado’, e estarmos juntos ao círio, porque foi recuperada pela câmara municipal e tem obrigação, através dela, de dar conhecer as tradições e nada melhor que as Festas de Nossa Senhora do Rosário de Tróia para fazermos isso”. “Esta cidade tem uma ligação muito grande a estas festas”, disse a autarca.
A vereadora explicou que a embarcação “está funcionar em pleno há cerca de um ano, e já fez muitas iniciativas na ‘Semana do Pescador’, com escolas, e outras acções mais pontuais e realizámos uma colaboração com a Ocean Alive, para efectuar ateliers com crianças, para momentos de aprendizagem”.
“Acompanho estas festas com muita emoção, as pessoas são muito devotas, e não sendo uma pessoa religiosa, tenho um respeito enorme pela crença das pessoas, porque sentem isto de alma e coração” e “as festas nos últimos estão em crescendo, devido ao esforço da comissão, mobilizando as pessoas”, concluiu Carla Guerreiro.

A edição deste ano “superou todas as expectativas, quer em número de barcos participantes, quer em número de pessoas”, segundo Armando Oliveira, presidente da comissão das festas, adiantando que participaram mais de 10 mil pessoas. A embarcação “Virgem Medianeira” venceu o tradicional concurso de barcos engalanados na categoria “sem mastro”, e “O Nabo” foi o vencedor das embarcações “com mastro”.