Sistema de alerta de tsunami funciona há um ano: Na zona ribeirinha de Setúbal

 

 

O sistema de alerta de tsunami, dispositivo de prevenção instalado há um ano na zona ribeirinha de Setúbal e que pode emitir alertas com três ou quatro minutos de antecedência, fez este mês um ano de pleno funcionamento.

Este sistema, o primeiro em Portugal, é um protótipo que a Comissão Europeia se propõe instalar em diversas zonas ribeirinhas mais suscetíveis de serem atingidas por este tipo de fenómenos naturais. “Este projecto-piloto foi desenvolvido pelo “Joint Research Centre” da Comissão Europeia, em Itália, no sentido de, numa primeira fase, instalar um painel de aviso e alerta à população que se encontra num espaço ameaçado pelo risco de tsunami” (maremoto), disse Nuno Sousa, do Serviço Municipal de Protecção Civil de Setúbal.

“Posteriormente foi instalado outro mecanismo, de avaliação e medição do nível de maré em permanência, que, em caso de variação brusca do nível de maré, emite um alerta para o “Joint Research Centre” de Itália, acrescentou o técnico que acompanhou todo o processo de instalação dos equipamentos de medição e do painel de informação instalado no Parque Urbano de Albarquel.

Segundo Nuno Sousa, o painel instalado na zona ribeirinha de Setúbal deverá alertar a população cerca de 20/30 segundos depois de detectado o tsunami (tempo das comunicação entre o “Joint Research Centre” de Itália e o painel de alerta), sendo que haverá apenas um período de três a quatro minutos até à chegada da primeira onda à zona ribeirinha de Setúbal.

A instalação do sistema de alerta de tsunami em Setúbal teve início em 2011, no âmbito da estratégia europeia de investigação para melhoria dos mecanismos de alerta de desastres e para reduzir os tempos de transmissão de alertas às populações em risco, mas só a 2 de Outubro do ano passado foram realizados os testes que permitiram aferir a fiabilidade do sistema e das comunicações entre Itália e Portugal.

Embora o alerta seja dado apenas três a quatro minutos antes da chegada da primeira onda, o sistema poderá aumentar significativamente este intervalo de tempo de reacção, através da interligação de outros dispositivos de medição do nível do mar instalados ao longo da costa portuguesa.

A zona ribeirinha da cidade de Setúbal ficou totalmente destruída após o tsunami que se seguiu ao sismo de 1755, tal como aconteceu na zona ribeirinha de Lisboa.

Segundo alguns estudos realizados em Portugal, um sismo idêntico ao de 1755 poderia provocar uma onda com sete metros de altura, que destruiria toda a zona do centro histórico e entrar cerca de 800 metros pela cidade dentro, até à zona do Parque do Bonfim.